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Evolução da Tecnologia

A tecnologia tem evoluído de forma exponencial. Muita coisa mudou desde a época das primeiras máquinas, na década de 1940 e 50, seja com programas registrados em painéis que podiam ser configurados através do remanejamento dos cabos (pegas) e os primeiros computadores com memória onde se carrega a cada processamento um programa diferente, até hoje, onde a partir de um dispositivo, seja ele um notebook, um tablet ou um celular, pode-se acessar e atualizar uma base de dados localizada em qualquer parte do mundo.

Na época do IBM-1401 e depois do IBM/360, o processamento era tipicamente batch, sequencial e procedimental. Batch porque era feito em lotes. Os movimentos que iriam atualizar os cadastros eram “planilhados” para serem perfurados em cartões e depois de classificados, eram mergeados com os cadastros, e sequencialmente, geravam os arquivos atualizados.

A partir destes, imprimiam-se os relatórios que eram entregues aos usuários finais em suas mesas de trabalho, por vezes distantes do “aquário” onde se situava o sofisticado Centro de Processamento de Dados. Os programas eram procedimentais, pois uma vez lançados, tratavam os dados de acordo com a sequencia de suas instruções, sem interferência do usuário, até o final do processamento.

As linguagens mais comuns eram o Assembly, Cobol, PL1, Fortran, RPG, Pascal e o onipresente C.

O Acesso Direto aos dados, no final dos anos 60, permitiu um tratamento mais flexível, pois os registros armazenados podiam ser atualizados sem uma prévia classificação. A busca por um acesso direto cada vez mais rápido fez com que surgissem várias tecnologias: índices auxiliares, que indicam em qual trilha do disco se encontra determinado registro (ISAM – Index Sequencial Access Method), estruturas hierárquicas, onde os registros de uma mesma família, como duplicatas de um mesmo cliente ou componentes de um mesmo produto, são amarrados entre si através de um campo que contem o endereço de seu “filho” ou “irmão”, áreas de overflow, localizadas no meio do arquivo para manter os dados em sequência mesmo após algumas novas inclusões, e até a gravação do registro no endereço correspondente à sua chave, como ocorria nas primeiras versões do Basic para microcomputadores.

A década de 70 foi marcada pelo início do teleprocessamento. Terminais remotos ligados à unidade central, seja localmente ou através de linhas telefônicas, permitiam que a partir de uma estação IBM-3270 (mais tarde substituídas por microcomputadores) se atualizasse e consultasse os dados gravados no mainframe central. Estações “burras”, pois todo o processamento era feito no central, deixando para elas apenas o controle do teclado e a edição dos resultados. De qualquer forma, havia-se atingido o processamento online, ou seja, em tempo real e os sistemas de reserva de passagens podem ser considerados os ícones desta nova era.

 

Banco de Dados

A evolução do Acesso Direto levou-nos aos sistemas de Banco de Dados (DBMS –  Data Base Management System ou SGBD – Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados). Desde as versões mais simples, como o Access da Microsoft, o DBF da Ashton-Tate/Borland/Nantucket/CA/Fox, o Dataflex da Data Access, Paradox da Borland, entre outros, até as versões com padrão SQL Structured Query Language, que na verdade já existiam desde a década de 70, mas apenas para mainframes.

No SQL os arquivos não são exclusivamente controlados pelos programas. Há todo um conjunto de rotinas – store procedures, gatilhos ou triggers e metadados (arquivos com informações sobre o próprio Banco) que controlam os dados e evitam a ocorrência de qualquer tipo de perda, incorreção ou duplicação de informações. As principais vantagens do SQL podem ser resumidas no seguinte:

 

Integridade Referencial

Assegura a existência de registros referenciados em outras tabelas. Assim, por exemplo, jamais teremos um pedido sem o cliente estar cadastrado da mesma forma que não se consegue deletá-lo enquanto existir um pedido em aberto. É claro que isto exige uma normalização das tabelas, ou seja, que cada registro tenha uma chave primária ou código exclusivo e é ele o elo entre os dois arquivos.

 

Restrições ou constrains

De forma análoga, pode-se definir no próprio Banco expressões que obrigatoriamente são respeitadas, independentemente dos programas que o atualizam. Por exemplo, a expressão Saldo do Estoque > 0, impediria a existência de um saldo negativo.

 

Controle de transação

Nenhuma atualização de registros em disco é interrompida no meio do processo. Ou grava tudo ou não grava nada. Este conjunto de atualizações é definido no programa por um begin e um end transaction. Se houver um problema durante a transação, o Banco volta a situação original dos arquivos, permitindo um processo de retomada seguro.

 

Acesso multiusuário

Controle que permite várias estações acessarem a um mesmo registro simultaneamente, sem que haja perda de informação. Quando dois ou mais usuários tentarem atualizar simultaneamente um mesmo registro a partir de uma estação, pode-se ou bloquear (lock) o seu acesso enquanto perdurar o processo, o que de certa forma degrada o sistema, ou fazer um refresh antes da segunda atualização, de forma que a primeira não seja perdida. Neste caso também há o lock, mas somente durante alguns milissegundos.

 

Segurança dos Dados

Senhas de autorização de acesso, métodos de gravação em disco, backup automático e online e log de atualizações são mecanismos que garantem a privacidade de acesso e evitam perdas duplicações de registros.

 

Stored Procedures e Gatilhos (triggers)

Rotinas desenvolvidas pelo usuário e armazenadas no próprio Banco, fornecem um processo mais seguro e, via de regra, mais rápido, pois independem do programa que faz a movimentação. O gatilho difere da stored procedure pois sua execução é automática a partir de um evento (inclusão, alteração ou deleção no Banco), enquanto a stored procedure é lançada via programa.

 

Na próxima semana, falaremos sobre Microinformática, Windows e Redes. Não perca!

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